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A Expansão do Império de Gás Natural do Japão

Nos últimos anos, o Japão emergiu como uma força dominante na indústria global de gás natural liquefeito (LNG), superando críticas e preocupações ambientais ao construir um império energético com apoio governamental e corporativo. Enquanto ambientalistas e ativistas alertam para os impactos de longo prazo do uso de combustíveis fósseis, o Japão continua a expandir sua presença no mercado global de LNG, utilizando uma abordagem pragmática voltada para a segurança energética e o crescimento econômico.

A Expansão Global e a Infraestrutura do Gás Natural

A cada seis horas, um navio de LNG, controlado por uma empresa japonesa, parte de um porto em direção a mercados energéticos em países de todos os hemisférios. Esses navios representam apenas a ponta do crescente império japonês de gás natural. O governo japonês, junto com grandes corporações, oferece um pacote completo para nações que desejam substituir suas usinas de carvão envelhecidas por alternativas movidas a gás. Isso inclui a oferta de tecnologia, peças, combustível e financiamento por parte de bancos japoneses.

O Japão desempenhou um papel crucial na expansão do mercado de LNG, avaliado em US$ 250 bilhões, nos últimos cinquenta anos. Com poucas reservas de gás natural, o país se posicionou estrategicamente em toda a cadeia de suprimentos, desde o upstream (extração) até o downstream (distribuição). A liderança japonesa nesse setor foi essencial para o crescimento da indústria global de LNG, como afirmou Peter Coleman, ex-CEO da Woodside Energy Group Ltd.

O Papel do Gás Natural na Transição Energética

Defensores do gás natural no Japão argumentam que este combustível desempenha um papel importante na transição para uma matriz energética mais limpa, substituindo o carvão, uma fonte mais poluente. Entretanto, críticos alertam que o gás natural, especialmente por suas emissões de metano, pode ser uma ameaça maior ao clima do que o carvão a longo prazo. Mesmo assim, esses argumentos têm sido amplamente ignorados por governos globais, incluindo o japonês.

Na Conferência Climática da ONU de 2022, o Japão, junto com outras nações, continuou a apoiar o uso de "combustíveis de transição", como o gás natural, enquanto prometia gradualmente reduzir o uso de combustíveis fósseis. Com isso, o país mantém um papel ativo no fornecimento de gás, especialmente para economias emergentes que dependem do combustível para seu crescimento econômico, como Índia e Vietnã.

Fatores Internos e Pressões Externas

O impulso do Japão por LNG começou após o desastre nuclear de Fukushima, em 2011, quando o país desligou 54 reatores nucleares e ficou dependente de importações de LNG. Isso levou à assinatura de contratos de longo prazo e investimentos em infraestrutura de gás. Mesmo com a retomada das usinas nucleares e o crescimento de fontes renováveis, o Japão agora encontra mercados no exterior para vender seu excedente de gás.

Além disso, o governo japonês, através de instituições públicas como o Banco Japonês para a Cooperação Internacional (JBIC), tem financiado projetos de LNG em todo o mundo, totalizando quase US$ 40 bilhões em empréstimos desde 2012. Isso inclui empréstimos recentes para projetos na Austrália, Vietnã e México. Enquanto bancos ocidentais reduzem o financiamento a projetos de combustíveis fósseis, os bancos japoneses continuam a apoiar o desenvolvimento de LNG, reforçando sua posição como financiadores pragmáticos e essenciais para o crescimento da indústria global de gás.

Impacto Climático e Consequências

Embora o Japão promova o LNG como uma alternativa mais limpa ao carvão, a transição para uma economia de baixo carbono continua a ser uma questão complexa. Países em desenvolvimento, particularmente no Sudeste Asiático, podem não substituir completamente o carvão por gás, o que pode resultar em um aumento das emissões de gases de efeito estufa e desviar investimentos de fontes de energia renovável.

A Agência Internacional de Energia (AIE) alertou que, para alcançar as metas globais de emissão zero, não há muito espaço para o gás natural como um combustível de transição. Mesmo com as projeções mais ambiciosas de redução de emissões, o uso contínuo de LNG corre o risco de comprometer os esforços globais para conter as mudanças climáticas.

O Japão estabeleceu-se como um ator global fundamental na cadeia de fornecimento de LNG, ignorando as críticas sobre o impacto ambiental do gás natural. Seu compromisso com a segurança energética, especialmente após Fukushima, e sua habilidade de capitalizar sobre a demanda global por LNG o posicionaram como um dos principais promotores do combustível. No entanto, enquanto a indústria do gás natural cresce, o debate sobre seu papel na crise climática persiste, com o Japão navegando entre suas necessidades econômicas e os desafios ambientais globais.
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Analista Luiz Gustavo Nunes – CNPI-T: 8958

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