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Até em regiões com histórico de pouca ou nenhuma infraestrutura financeira, a expansão bancária começa a ganhar força. Assim como flores que desabrocham em terras áridas, as chamadas "zonas sem serviços bancários", que sofrem com a falta de instituições financeiras, estão prestes a experimentar uma grande transformação.

Nesta semana, o JPMorgan Chase anunciou um ambicioso projeto de expansão que visa inaugurar quase 100 novas agências físicas em bairros de baixa renda e pequenas cidades em todo o território americano. O objetivo é levar serviços bancários essenciais a essas regiões, onde muitas pessoas ainda enfrentam dificuldades para acessar serviços financeiros básicos, como abertura de contas correntes e obtenção de crédito.

Desde a criação da Lei de Reinvestimento Comunitário, em 1977, as instituições financeiras são obrigadas a atender comunidades em que mantêm presença física, como forma de combater práticas de discriminação, como o "redlining". Essa lei visa assegurar que os bancos ofereçam suporte financeiro a populações de baixa renda, garantindo que serviços essenciais estejam disponíveis em áreas mais vulneráveis. Em 2023, a legislação foi revisada para se adequar ao cenário atual, em que os serviços bancários online ganharam protagonismo. Com isso, o foco das regulamentações passou a ser onde os bancos oferecem seus serviços, e não apenas onde mantêm agências físicas.

Para contextualizar, “Redlining” é uma prática discriminatória que surgiu nos Estados Unidos na década de 1930, onde instituições financeiras, seguradoras e outras empresas recusavam ou limitavam serviços, como empréstimos e seguros, para residentes de determinadas áreas, muitas vezes com base em critérios raciais ou étnicos. O termo "redlining" (linha vermelha) deriva da prática de desenhar linhas vermelhas em mapas ao redor de bairros predominantemente habitados por minorias, especialmente afro-americanos, para indicar áreas consideradas de "alto risco", onde os bancos evitavam conceder financiamentos.

Essa prática resultou em segregação econômica e racial, limitando o acesso das comunidades afetadas a crédito e outros serviços essenciais, e perpetuando a desigualdade social e financeira. Embora o “redlining” tenha sido proibido nos EUA pela Lei de Reinvestimento Comunitário de 1977, seus efeitos negativos ainda são sentidos em muitas dessas comunidades.

Um levantamento recente do Federal Reserve da Filadélfia mostrou que aproximadamente 12,3 milhões de americanos vivem em áreas sem uma agência bancária sequer. Entre 2019 e meados de 2023, o total de agências nos EUA reduziu-se em 5,6%, agravando o problema em comunidades de baixa renda. Esse fenômeno, conhecido como "desertos bancários", impacta de maneira mais profunda os moradores dessas áreas, muitas vezes formadas por minorias. No entanto, o JPMorgan busca reverter essa tendência com seu plano de expansão. Recentemente, a primeira agência desse projeto foi aberta no Brooklyn, e outras já estão em operação em locais como Nova Orleans, no South Side de Chicago e no bairro de Crenshaw, em Los Angeles.

O projeto não se limita apenas a oferecer serviços bancários convencionais. Além de atuar como um centro financeiro, as novas agências também servirão como pontos de apoio para educação financeira, capacitando os moradores locais a gerenciar melhor suas finanças. O conceito já foi testado há cinco anos no bairro de Harlem, em Nova York, onde a agência local, além de serviços bancários, passou a oferecer cursos de alfabetização financeira. Os resultados foram expressivos: de 2019 a 2023, a agência de Harlem registrou um número significativamente maior de novas contas correntes e um aumento de 73% nos saldos de poupança pessoal.

Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, destacou que essa iniciativa é mais do que uma ação social; ela também representa uma estratégia de negócios eficaz. "Não se trata apenas de fazer o bem, mas também de um bom negócio", afirmou Dimon em entrevista ao Wall Street Journal. "Monitoramos o desempenho dessas agências com base em indicadores como o número de clientes, depósitos e investimentos. E os números mostram que esse modelo é um sucesso".

O JPMorgan também tem planos de abrir mais de 500 novas filiais e renovar cerca de 1.700 até 2027, como parte de sua estratégia de expansão. O Bank of America, principal concorrente, não ficou para trás, anunciando que pretende abrir 165 novas agências até o final de 2026. Embora os serviços bancários online estejam se tornando cada vez mais populares, as grandes instituições financeiras reconhecem que as agências físicas ainda são fundamentais para transações mais complexas, como hipotecas, concessão de empréstimos e investimentos.

A iniciativa do JPMorgan de expandir sua rede de agências em áreas de baixa renda é um exemplo claro de como a presença física continua sendo essencial para a inclusão financeira. Ao investir em comunidades historicamente negligenciadas, o banco está fortalecendo sua posição no mercado e promovendo um impacto social positivo. Essa expansão não apenas ajuda a reduzir a exclusão financeira, mas também serve como uma oportunidade estratégica para explorar mercados promissores e, ao mesmo tempo, fomentar o crescimento sustentável.

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