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Em Quem Acreditar Sobre a Demanda de Energia?

Nos últimos anos, o debate sobre o futuro da demanda por energia tem gerado discussões intensas entre especialistas, governos e empresas do setor energético. A questão central gira em torno de quando o consumo de combustíveis fósseis, especialmente petróleo, atingirá seu pico global. De um lado, a Agência Internacional de Energia (AIE) sugere que o pico ocorrerá em 2030, sinalizando um declínio iminente na dependência de combustíveis fósseis. Por outro lado, grandes empresas de energia, como a BP e a ExxonMobil, defendem que esse momento ainda está distante e que a demanda permanecerá robusta por décadas. Essa divergência levanta a pergunta: em quem confiar quando o assunto é o futuro da energia?

O Conflito Entre Projeções.

As discrepâncias entre as previsões da AIE e dos principais produtores de petróleo não são apenas de timing, mas de fundamentos e motivações. A AIE, uma agência global que visa promover políticas sustentáveis de energia, atualizou sua metodologia em 2021, resultando em projeções mais conservadoras sobre o uso futuro de combustíveis fósseis. Com base em seus estudos, o pico de demanda por petróleo poderia ocorrer até 2030, impulsionado pelo rápido crescimento das fontes renováveis de energia e por políticas de descarbonização que ganham força em diversas partes do mundo. A agência também argumenta que, em certos setores, como o de motores de combustão interna, o auge da demanda já foi alcançado .

No entanto, as grandes petrolíferas discordam. Empresas como British Petroleum, ExxonMobil e a OPEP veem um cenário muito mais conservador. A BP, por exemplo, em seu relatório Energy Outlook 2024, projeta que a demanda por petróleo atingirá o pico em 2025, mas que o consumo permanecerá estável até meados do século. O relatório indica que, apesar de o crescimento das energias renováveis estar acelerando, ele ainda não será suficiente para substituir completamente a dependência de petróleo no curto prazo. A ExxonMobil adota uma visão semelhante, prevendo que a demanda por combustíveis fósseis se manterá robusta até 2050, à medida que países, como Índia e China, continuam a expandir suas economias e a consumir mais energia .

Essa disparidade de visões pode ser parcialmente explicada pelos interesses econômicos envolvidos. Para as grandes petrolíferas, suas reservas e ações estão diretamente ligadas à expectativa de demanda futura. Portanto, há um incentivo para prever que o consumo de petróleo continuará em alta por mais tempo. Essa é uma das razões pelas quais muitas dessas empresas são relutantes em adotar previsões mais pessimistas sobre o futuro da energia fóssil.

O Papel das Energias Renováveis na Transição.

Um ponto central nas projeções da AIE é o avanço das energias renováveis, como solar e eólica, que têm visto um crescimento expressivo nos últimos anos. Em muitos mercados, a energia solar já é mais barata que o carvão e o gás natural, o que cria uma pressão adicional para que o mundo transite para um futuro de baixo carbono. A AIE argumenta que, com o ritmo atual de crescimento das energias renováveis, o pico de demanda por petróleo está mais próximo do que muitos acreditam.

No entanto, essa transição energética não será linear, como apontam os defensores das previsões mais conservadoras. Grandes economias, como China e Índia, ainda dependem fortemente de combustíveis fósseis para impulsionar seu crescimento econômico. A demanda crescente por energia nesses países, aliada ao crescimento populacional e à expansão industrial, pode prolongar o consumo de petróleo por mais tempo do que o previsto pela AIE. A BP, por exemplo, acredita que o uso de petróleo em setores como o de petroquímicos e transportes continuará a crescer até meados da década de 2030, antes de começar a declinar.

Outro ponto de atenção é o custo da transição para energias renováveis em diferentes regiões do mundo. Enquanto países desenvolvidos, como os da Europa e da América do Norte, têm avançado rapidamente na adoção de fontes de energia limpa, muitas nações em desenvolvimento ainda enfrentam barreiras econômicas e políticas para fazer essa transição. Sem um suporte robusto de políticas públicas e incentivos financeiros, a transição pode ser mais lenta do que o esperado em certas partes do globo.

Concluindo.

O futuro da demanda por energia continua sendo um tema de grande incerteza. Enquanto a AIE aponta para um pico de consumo de combustíveis fósseis até 2030, as grandes petrolíferas mantêm previsões mais conservadoras, acreditando que a demanda permanecerá alta por muito mais tempo. O que está claro é que a transição energética já começou, com as energias renováveis desempenhando um papel cada vez mais importante no mix energético global. No entanto, o ritmo dessa mudança dependerá de vários fatores, incluindo o avanço das políticas de descarbonização, o desenvolvimento tecnológico e o crescimento econômico das nações emergentes.

Independentemente de quando o pico de demanda ocorrerá, o mundo está caminhando para um futuro de energia mais limpa e eficiente. A questão agora é saber se esse processo será rápido o suficiente para mitigar os impactos das mudanças climáticas e garantir uma transição ordenada para uma economia global de baixo carbono.
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