A Intel Corporation foi fundada em 1968 por Gordon Moore e Robert Noyce em Santa Clara, Califórnia, estabelecendo-se rapidamente como uma empresa inovadora no setor de semicondutores e microprocessadores. Em 1971, a companhia lançou o Intel 4004, o primeiro microprocessador comercial do mundo, marcando um avanço significativo para a indústria da computação e abrindo portas para o desenvolvimento dos computadores pessoais.
Nas décadas de 1980 e 1990, a Intel consolidou sua liderança no mercado de microprocessadores, fornecendo tecnologia essencial para PCs e desempenhando um papel central na expansão do uso de computadores, em colaboração com grandes nomes como IBM e Microsoft. Com o passar dos anos, a Intel diversificou seu portfólio, investindo em tecnologias como chipsets, soluções para data centers e, mais recentemente, chips voltados para inteligência artificial e automação. Contudo, nas últimas duas décadas, a companhia tem enfrentado uma concorrência cada vez mais intensa de empresas como AMD e NVIDIA, que ganharam espaço em segmentos de alto crescimento, como o de GPUs e de chips especializados em IA.
Características do negócio.
A Intel Corporation, uma gigante multinacional americana, atua principalmente no desenvolvimento e produção de semicondutores, com ênfase em microprocessadores para PCs, servidores e dispositivos móveis. Além dos processadores, o portfólio da Intel inclui chipsets, placas-mãe, memórias flash e placas de rede, compondo um modelo de negócio integrado que cobre desde a pesquisa e desenvolvimento até a fabricação e distribuição. Nos últimos anos, a Intel ampliou seu escopo com a criação do Intel Foundry Services, uma divisão focada em oferecer serviços de fundição para terceiros, especialmente para suprir a crescente demanda por chips personalizados em setores como inteligência artificial.
O setor de semicondutores está em constante evolução, impulsionado por avanços em inteligência artificial, computação em nuvem, Internet das Coisas (IoT) e veículos autônomos. A demanda por chips mais eficientes e poderosos continua a crescer, exigindo inovações contínuas em processos de fabricação e design de circuitos integrados. A Intel tem investido em novas tecnologias de fabricação, como o processo Intel 18A de 1,8 nm, previsto para entrar em produção até o final de 2024, antes dos chips em 2 nm da TSMC e com desempenho superior.
A demanda pelos produtos da Intel permanece robusta, especialmente em segmentos como data centers, PCs e dispositivos móveis. No entanto, a empresa enfrenta desafios devido à crescente concorrência e à necessidade de inovação constante para atender às expectativas do mercado. A Intel tem trabalhado em estreita colaboração com todo o ecossistema de parceiros locais para desenvolver novas soluções e criar tecnologias que auxiliem na transformação digital do país.
Microprocessadores para pcs e servidores: A Advanced Micro Devices (AMD) é a principal concorrente da Intel nesse segmento, oferecendo processadores que competem diretamente com as linhas Intel Core e Xeon.
Unidades de processamento gráfico (GPUs): A NVIDIA lidera o mercado de GPUs, com a AMD também sendo uma concorrente significativa. A Intel tem investido no desenvolvimento de suas próprias GPUs para competir nesse mercado.
Soluções para data centers e IA: Além da AMD, empresas como a NVIDIA e a Qualcomm competem com a Intel em soluções para data centers e inteligência artificial
Memórias flash e armazenamento: A Micron Technology é uma concorrente relevante da Intel no mercado de memórias flash e soluções de armazenamento.
Fabricação de semicondutores: A TSMC representa uma forte concorrência na fabricação de semicondutores avançados. Apesar de também colaborarem, com a Intel terceirizando parte de sua produção de chips para a TSMC, ambas disputam a liderança em tecnologia de fabricação de chips, especialmente em processos de 3 nm e abaixo.
A Intel continua a investir em pesquisa e desenvolvimento para manter sua posição no mercado e enfrentar a concorrência em seus diversos segmentos de atuação.
Atualmente, a Intel enfrenta um cenário de mercado desafiador e altamente competitivo. A empresa, que já foi líder incontestável no setor de semicondutores, vê seu espaço ameaçado por concorrentes que conseguiram avançar em tecnologias de fabricação e novos mercados, como a AMD e a TSMC.
Pressão da concorrência.
TSMC: Se consolidou como líder na fabricação de chips avançados, com processos de 3 nm e 5 nm, utilizados por gigantes como Apple e NVIDIA. Esse avanço colocou a Intel em desvantagem tecnológica, forçando-a a terceirizar parte de sua produção para a TSMC, o que demonstra a dependência da Intel na capacidade de produção de terceiros para atender à demanda de chips de última geração.
AMD: Tem se mostrado uma concorrente formidável no mercado de CPUs para PCs e servidores, lançando produtos com desempenho competitivo e avançado. A Intel precisa inovar rapidamente para competir com os novos processadores Ryzen da AMD, que têm ganhado popularidade por sua eficiência e custo-benefício.
Inovações e parcerias estratégicas.
Para tentar reverter o cenário, a Intel investiu no desenvolvimento de novas tecnologias, como o processo de fabricação Intel 18A de 1,8 nm, que promete ser mais avançado que o de 2 nm da TSMC. Além disso, a recente parceria com a Microsoft, estimada em US$ 15 bilhões, para fabricação de chips personalizados é uma aposta importante, que pode trazer receita significativa e reforçar a posição da Intel no mercado de chips para aplicações personalizadas.
A Intel também busca expandir seu braço de serviços de fundição, o Intel Foundry Services, que oferece capacidade de fabricação para outras empresas. Isso a coloca em competição direta com a TSMC e a Samsung na prestação de serviços para o mercado de semicondutores personalizados, um setor que está em alta demanda.
Mercado de inteligência artificial e data centers.
O mercado de IA e data centers tem crescido rapidamente, e a Intel está posicionada para capturar parte desse crescimento com suas soluções de hardware e software otimizadas para cargas de trabalho de IA. No entanto, ela enfrenta a concorrência acirrada da NVIDIA, que domina o setor de IA com suas GPUs, e da AMD, que também investe em chips voltados para processamento de IA. A Intel precisará desenvolver tecnologias de IA competitivas para manter sua participação neste mercado em expansão.
Desafios internos e reestruturação.
A Intel passa por um processo de reestruturação, incluindo cortes de custos e otimização de processos, visando recuperar margens e melhorar a eficiência operacional. No entanto, esses processos de reestruturação podem afetar o desempenho no curto prazo, especialmente com os altos custos de investimento em novas fábricas e tecnologia de fabricação.
Perspectivas de mercado.
O setor de semicondutores em geral tem uma demanda crescente, impulsionada por avanços em IA, computação em nuvem, Internet das Coisas e eletrificação de veículos. A Intel, como uma das principais fabricantes, está bem posicionada para capturar parte dessa demanda, desde que consiga superar suas limitações de fabricação e a forte concorrência.
No longo prazo, se a Intel conseguir estabilizar sua produção em nós avançados e consolidar parcerias estratégicas, ela pode recuperar parte de sua posição de liderança. Porém, os próximos anos serão críticos para a empresa.
Possíveis restrições.
Durante seu mandato anterior, Trump implementou várias sanções e restrições à exportação de tecnologias avançadas para empresas chinesas, visando limitar o acesso da China a semicondutores e tecnologias de ponta. Um novo mandato de Trump poderia significar mais restrições, o que dificultaria a venda de certos produtos da Intel para a China.
Essas restrições podem afetar diretamente a receita da Intel, pois a empresa vende uma variedade de produtos, como microprocessadores e chips de data center, que têm grande demanda na China. Se a Intel for proibida de vender esses produtos, isso resultaria em uma perda direta de receita.
Com Trump no comando, a Intel enfrentará um ambiente de mercado mais complicado devido à possibilidade de novas sanções e restrições de exportação para a China, o que pode reduzir significativamente suas receitas nesse mercado. Além disso, a empresa pode ser pressionada a acelerar investimentos em produção doméstica, o que, embora estratégico, representa um custo adicional e aumenta a complexidade operacional no curto prazo. Por outro lado, a Intel pode se beneficiar de incentivos do governo dos EUA para expandir suas operações domésticas, o que ajuda a reduzir a dependência da China a longo prazo.
A Intel Corporation divulgou seus resultados financeiros do terceiro trimestre de 2024 em 31 de outubro de 2024. A empresa registrou uma receita de US$ 13,3 bilhões, superando as expectativas dos analistas, que previam US$ 13,03 bilhões. No entanto, a Intel reportou um prejuízo líquido de US$ 16,6 bilhões, atribuído principalmente a encargos de reestruturação e desvalorização de ativos, totalizando aproximadamente US$ 19 bilhões.
Apesar do prejuízo significativo, a empresa observou crescimento em segmentos estratégicos. As unidades de Data Center e Inteligência Artificial apresentaram um aumento de 9% na receita, atingindo US$ 3,3 bilhões. Por outro lado, a receita do segmento de PCs caiu 7%, totalizando US$ 7,3 bilhões.
Para o quarto trimestre de 2024, a Intel projeta uma receita entre US$ 13,3 bilhões e US$ 14,3 bilhões, com uma perda estimada de US$ 0,24 por ação. Essas projeções superam as expectativas de Wall Street, que previam uma perda de US$ 0,12 por ação.
A empresa está implementando um plano de reestruturação visando reduzir custos em US$ 10 bilhões até 2025, incluindo uma redução de mais de 15% no quadro de funcionários. Essas medidas buscam aumentar a eficiência operacional e a competitividade no mercado.
Em 2023, a Intel gerou aproximadamente 27% de sua receita na China, totalizando cerca de US$ 14,85 bilhões. Essa porcentagem destaca a importância do mercado chinês para a empresa. No entanto, é importante notar que, devido a tensões comerciais e restrições impostas pelos Estados Unidos, a Intel tem enfrentado desafios nesse mercado. Por exemplo, em março de 2024, houve preocupações sobre possíveis limitações da China ao uso de chips de empresas estrangeiras, o que poderia impactar negativamente as receitas da Intel no país.
Múltiplos de Valuation.
P/L: - 6,88
LPA: - 3,73
D. Yield: 1,46%
VPA: 23,28
Fundamento da Operação.
Podemos observar que o ativo está em um canal de baixa, com as linhas de tendência superior e inferior bem definidas. O preço atualmente está próximo da linha superior do canal, sugerindo uma possível área de resistência.
Análise técnica para fundamento de entrada:
O canal de tendência de baixa observado no gráfico é um dos principais fundamentos técnicos para considerar uma entrada em venda. Esse canal indica que o ativo está em uma trajetória descendente, com o preço respeitando tanto uma linha de resistência superior quanto uma linha de suporte inferior.
Movimento descendente consistente: O preço tem oscilado dentro desse canal de baixa, indicando uma tendência consolidada de queda, onde cada aproximação da linha superior do canal (resistência) representa um ponto em que o preço encontra pressão vendedora, retornando à linha de suporte inferior.
Respeito à resistência do canal: No ponto atual, o preço parece estar próximo à linha superior do canal, que historicamente tem atuado como resistência, rejeitando novas altas e impulsionando o preço para baixo. Esse comportamento sugere uma oportunidade para entrada em venda, na expectativa de que o preço siga o padrão e desça em direção ao suporte do canal.
Ativo: INTL
Operação: Venda
Entrada: $ 26,00
Stop Loss: $ 42,00
Alvo: $ 11,00
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Analista Pedro Moraes – CNPI-T: 9322
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