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Fusão bilionária pode transformar o cenário farmacêutico na América Latina.

A EMS, uma das maiores farmacêuticas do Brasil, fez uma proposta para fusão com a rival Hypera, movimentando o setor farmacêutico da América Latina. Se concretizado, o acordo criará a maior empresa de medicamentos da região, conforme relatado por fontes próximas às negociações.

O novo conglomerado, se aprovado pelas autoridades reguladoras e pelo conselho da Hypera, poderá alcançar uma receita líquida anual de aproximadamente R$ 16 bilhões, além de gerar um EBTIDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) próximo de R$ 5 bilhões.

Esse movimento pode consolidar a nova empresa como líder em diferentes frentes, desde medicamentos de prescrição e genéricos até aqueles vendidos sem prescrição e produtos hospitalares. A EMS, já a maior fabricante de genéricos no Brasil, se juntaria a Hypera, que possui marcas icônicas como Doril, Buscopan e Merthiolate. O mercado brasileiro de medicamentos verá essa nova gigante deter uma participação de 17%.

Na tarde de segunda-feira, 21 de outubro, a Hypera confirmou publicamente o recebimento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) da NC Farma Participações, controladora da EMS. Esse anúncio foi feito por meio de um comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em que a Hypera afirmou que seu conselho de administração avaliará a proposta com o apoio de consultores externos.

A oferta inicial inclui a compra de até 20% do capital da Hypera, com cada ação sendo negociada por R$ 30 um valor 17% superior ao da última sexta-feira. Os acionistas não são obrigados a aderir à oferta, e se ela for aceita integralmente, a EMS desembolsará cerca de R$ 3,8 bilhões, valor que será retirado dos próprios cofres da companhia.

Embora ambas as empresas tenham faturamento semelhante, o controle da nova entidade provavelmente ficará nas mãos de Carlos Sanchez, dono da EMS, que deve deter cerca de 60% da nova empresa. Isso ocorre porque, enquanto a EMS possui R$ 500 milhões em caixa líquido, a Hypera lida com uma dívida de R$ 8,2 bilhões, além de uma alavancagem que é 3,5 vezes superior à sua geração de caixa. Com a fusão, essa alavancagem seria reduzida para 1,54 vez, fortalecendo o equilíbrio financeiro do grupo.

As conversas entre Sanchez e João Alves de Queiroz Filho, da Hypera, não são recentes. Ambos compartilham a visão de que a fusão traria grandes sinergias, especialmente em áreas como produção, logística e distribuição. As empresas poderiam unir forças para negociar melhor com fornecedores e otimizar suas operações industriais, além de reduzir custos.

Na área de pesquisa e desenvolvimento, tanto EMS quanto Hypera têm investido pesadamente nos últimos anos, o que poderia ser acelerado com a fusão. Outra área de ganho seria a força de vendas, já que as duas empresas possuem grandes equipes de representantes que visitam médicos e farmácias regularmente. A integração dessas equipes resultaria em uma atuação mais eficiente e coordenada.

Analistas de mercado veem com bons olhos a possível fusão, destacando a criação de um portfólio amplo e a possibilidade de redução de despesas. A combinação da força da Hypera em medicamentos OTC (isentos de prescrição) com a posição dominante da EMS em genéricos abriria portas para novas oportunidades de crescimento. Estima-se que, em três anos, a Hypera poderia reduzir até 20% de suas despesas operacionais, além de gerar um Valor Presente Líquido (VPL) de R$ 5 bilhões, o que representaria 11% do valor de mercado.

Por outro lado, analistas também alertam para os desafios que uma fusão desse porte pode enfrentar. A integração de culturas empresariais, canais de distribuição e sistemas operacionais distintos são barreiras que devem ser cuidadosamente gerenciadas para evitar problemas no futuro.

A possível fusão entre EMS e Hypera representa uma oportunidade única de criação de valor e crescimento no setor farmacêutico da América Latina. No entanto, como em toda grande transação, o sucesso dependerá da capacidade de ambas as empresas de integrarem suas operações de maneira eficaz, superando as diferenças culturais e operacionais. Caso seja bem-sucedida, a fusão poderá transformar o mercado e consolidar uma nova gigante no setor de medicamentos.
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Analista Pedro Moraes – CNPI-T: 9322

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