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Privatização da Sabesp Marca a Maior Oferta de Saneamento da História.

A Sabesp foi privatizada, marcando a maior oferta de ações já vista no setor de saneamento, movimentando R$ 14,8 bilhões. Desse valor, R$ 6,9 bilhões foram investidos pela Equatorial, que adquiriu 15% da empresa por R$ 67 por ação. O restante foi arrecadado através de uma oferta global, atraindo 310 investidores institucionais. No total, foram vendidas 191,7 milhões de ações, além de um lote extra de 28,7 milhões, todas ao mesmo preço. 


Imagem criada através de IA.
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No dia 18 (quinta - feira), as ações foram distribuídas entre os investidores que participaram da oferta. A procura total pelas ações da Sabesp no mercado atingiu R$ 187 bilhões, estabelecendo um recorde para uma oferta pública no Brasil. No entanto, esse valor foi inflacionado, pois os investidores solicitaram mais ações do que realmente pretendiam adquirir, já prevendo a necessidade de rateio. Essa percepção de escassez de papéis provocou um aumento significativo no preço das ações da Sabesp na B3, que atingiram um valor recorde de quase R$ 85,00 nesta semana.

A coordenação principal da oferta ficou a cargo do BTG Pactual, em parceria com Itaú BBA, Citi, Bank of America e UBS BB. Também estiveram envolvidos Bradesco BBI, Goldman Sachs, JPMorgan, Morgan Stanley, JSafra, Santander e XP.

Das ordens de compra, mais da metade vieram de investidores estrangeiros, enquanto o restante foi de gestoras locais. Fontes indicam que esses fundos são provenientes de países da Ásia, Europa, Oriente Médio e Estados Unidos. A demanda veio principalmente de fundos de infraestrutura, que investem em setores como água e utilities (energia e saneamento), além daqueles que adotam práticas sustentáveis (ESG).

Para atrair esses investidores, o governador Tarcísio de Freitas e a secretária de desestatização Natália Resende realizaram viagens ao exterior, com reuniões nos EUA, Londres, Zurique, Miami, Paris e Genebra. No Brasil, ocorreram reuniões em São Paulo e Rio de Janeiro. Ao todo, 270 investidores, sendo 140 locais e 130 internacionais, participaram dessas conversas.

Os estudos para o início do processo de desestatização do governo de Tarcísio de Freitas começaram em fevereiro de 2023. Em dezembro do mesmo ano, o projeto de lei da privatização foi aprovado, iniciando a preparação da venda, que durou cerca de oito meses. Com a venda, a participação do governo de São Paulo na empresa caiu de 50,3% para 18%.

O processo de privatização da Sabesp inclui um compromisso de investimentos de aproximadamente R$ 70 bilhões até 2029, visando a universalização dos serviços de água e esgoto no Estado de São Paulo. A Equatorial está proibida de investir em áreas que concorram com a Sabesp e de vender suas ações até aquele ano. Além da Equatorial, empresas como a gestora IG4, a francesa Veolia, Aegea, Cosan, Brookfield (do Canadá) e o grupo Votorantim também consideraram participar da operação.

A privatização da Sabesp gerou protestos e críticas. Houve manifestações na sede da Equatorial e em diversas Câmaras Municipais durante as votações sobre o processo. Partidos de esquerda, incluindo PT, PV, Rede, Psol e PcdoB, entraram com várias ações, inclusive no Supremo Tribunal Federal (STF), contra a venda das ações.

Uma das principais críticas à privatização é que a Sabesp foi vendida a um preço considerado baixo. A Equatorial, única empresa a apresentar proposta para ser investidor de referência, ofereceu R$ 67,00 por ação, valor inferior às cotações de mercado naquele momento e ainda mais abaixo das cotações atuais. Nos últimos dias, a ação atingiu a máxima histórica de R$ 85 e hoje foi negociada em torno de R$ 82, valor 20% superior ao preço oferecido pela Equatorial.

Para financiar os R$ 6,9 bilhões pagos ao governo de São Paulo, a Equatorial obteve um empréstimo em quatro bancos, com prazo de 18 meses. Simultaneamente, a empresa realizou uma emissão de notas comerciais, liquidadas na última terça-feira, 16, que serão utilizadas como garantias nos empréstimos. Os bancos envolvidos na emissão das notas são Itaú BBA, Safra, UBS BB e Bradesco BBI.

A transição da Sabesp para o controle privado marca um ponto crucial na história do saneamento, não apenas pelo montante financeiro envolvido, mas também pela complexidade do processo. A privatização movimentou R$ 14,8 bilhões e atraiu uma variedade de investidores tanto nacionais quanto internacionais, com destaque para a Equatorial que fez um investimento substancial. Mesmo com o sucesso financeiro e os planos de investir R$ 70 bilhões para melhorar os serviços de água e esgoto em São Paulo, a privatização enfrentou controvérsias. Houve protestos e críticas, principalmente de partidos de esquerda, que questionaram o valor de venda das ações e os efeitos a longo prazo. A finalização da oferta, prevista para a próxima segunda-feira, será um momento crucial, consolidando a nova fase da Sabesp sob gestão privada e com a expectativa de que os compromissos assumidos para o desenvolvimento do saneamento no estado sejam cumpridos.



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Analista Luiz Gustavo Nunes – CNPI-T: 3656

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