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LVMH Registra primeira queda de vendas desde 2020.

As ações da LVMH sofreram uma queda expressiva de 3,7% após o anúncio de que a divisão de moda e artigos de couro, a mais lucrativa da gigante do luxo, apresentou sua primeira retração de vendas desde o auge da pandemia de COVID-19 em 2020. Essa divisão, que engloba marcas icônicas como Louis Vuitton e Christian Dior, sempre foi vista como um motor de crescimento da empresa, tornando o recuo ainda mais preocupante para o mercado.

Bernard Arnault, presidente da LVMH e uma das figuras mais influentes do mundo dos negócios, ocupou brevemente o posto de homem mais rico do mundo em maio deste ano. No entanto, logo após esse breve reinado, sua fortuna começou a declinar, o que o fez cair para a quinta posição no ranking dos bilionários, com um patrimônio estimado em US$ 182 bilhões. Com a recente desvalorização das ações da LVMH, é possível que Arnault perca ainda mais posições, o que reforça o impacto direto que as flutuações no setor de luxo têm sobre sua fortuna pessoal.

O recuo nas vendas de produtos de luxo, que sempre foram o ponto forte da empresa, contribuiu diretamente para a queda das ações. Ao longo de 2024, o valor das ações da LVMH acumulou uma desvalorização de 18%, colocando pressão sobre Arnault e sua liderança no grupo. Esse cenário é particularmente desafiador, pois a queda no valor de mercado da empresa afetou diretamente a imagem de estabilidade que a LVMH historicamente transmitia aos investidores.

A principal explicação para essa queda vem do declínio no consumo de luxo, principalmente entre os consumidores chineses, que por muitos anos foram os maiores entusiastas de produtos de alta qualidade. A economia da China atravessa um período de incerteza, com o governo adotando medidas mais restritivas e desencorajando exibições de riqueza.

O Partido Comunista, preocupado com as desigualdades crescentes, implementou políticas que impactaram diretamente o mercado de luxo, limitando a ostentação tanto por celebridades quanto por figuras públicas. A demanda por marcas como Louis Vuitton, Dior e outras grandes casas de moda, que antes era praticamente insaciável, agora enfrenta um cenário de retração.

Além disso, o CFO da LVMH destacou que a confiança do consumidor chinês está em níveis comparáveis aos observados durante a pandemia, o que sinaliza que a recuperação no consumo de luxo não será rápida. A expectativa de expansão desse mercado foi drasticamente reduzida, e a empresa precisará ajustar suas estratégias de marketing e vendas para se adequar ao novo comportamento do consumidor.

Outro fator importante foi o desempenho abaixo do esperado nas vendas em toda a Ásia, excluindo o Japão, onde houve uma queda de 16% no terceiro trimestre. No entanto, a LVMH surpreendeu ao destacar o mercado japonês como um ponto de preocupação. Embora as vendas no Japão tenham registrado um aumento de 20%, esse crescimento não foi suficiente para corresponder aos impressionantes 57% observados no trimestre anterior. Esse declínio no ritmo de crescimento foi atribuído ao fortalecimento do iene, que, ao tornar os produtos mais caros para compradores estrangeiros, impactou as receitas da LVMH no Japão.

No geral, as receitas da LVMH no terceiro trimestre ficaram abaixo das expectativas, registrando uma queda de 3% em comparação com o ano anterior, totalizando € 19,1 bilhões (US$ 20,7 bilhões). A expectativa dos analistas era de um crescimento de 1%, o que torna o desempenho ainda mais decepcionante. A divisão de moda e artigos de couro, que tradicionalmente representa a principal fonte de receita da empresa, sofreu uma queda de 5% nas vendas, acendendo alertas no setor de luxo como um todo.

Como líder mundial no setor de luxo, a LVMH é considerada um termômetro para o desempenho de outras grandes marcas. Logo após o anúncio dos resultados, outras empresas de prestígio também sofreram impactos em suas ações: a L’Oreal viu uma queda de 2%, Hermès registrou um declínio de 1,3%, e Kering, dona de marcas como Gucci e Yves Saint Laurent, teve uma queda de 0,8%. Esses números demonstram como a LVMH influencia o setor de luxo global e como uma desaceleração na empresa pode afetar toda a indústria.

A queda nas vendas da LVMH não é apenas um sinal de alerta para a empresa, mas para todo o setor de luxo, que historicamente manteve sua resiliência durante crises econômicas globais. O ambiente atual, com mudanças culturais e econômicas em mercados-chave, como a China, exige que empresas como a LVMH adaptem suas estratégias de negócios para continuar relevantes. O futuro da LVMH dependerá de sua capacidade de se reinventar e de encontrar novas maneiras de atrair consumidores que estão mais cautelosos em exibir ostentação. Para Bernard Arnault, o desafio não é apenas manter sua fortuna pessoal, mas também o prestígio e a liderança de sua empresa no mercado global de luxo.
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Analista Pedro Moraes – CNPI-T: 9322

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