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Crise econômica e energia cara abalam indústria e emprego na Alemanha.

A economia alemã atravessa uma das piores crises das últimas décadas, impulsionada pelo alto custo da energia e pela retração industrial. A cidade de Gelsenkirchen, no Vale do Ruhr, simboliza os desafios enfrentados por um país que busca equilibrar sua transição energética com a necessidade de preservar sua competitividade industrial.

O executivo Lars Baumguertel, à frente de uma das últimas fábricas sobreviventes da região, expressa frustração com a falta de apoio governamental. "Precisamos de investimentos urgentes em infraestrutura e energia para mantermos a produção", afirma. Sua empresa, parte do Mittelstand — um conjunto de pequenas e médias indústrias que impulsionam a economia alemã —, sofre com a alta nos custos de energia desde que a guerra na Ucrânia interrompeu o fornecimento de gás barato da Rússia.

A economia alemã encolheu pelo segundo ano consecutivo em 2024, registrando seu pior desempenho em 20 anos. O impacto é visível em cidades industriais como Gelsenkirchen, que apresenta a maior taxa de desemprego do país. O descontentamento crescente tem alimentado o avanço do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que explora a crise energética como uma das suas principais bandeiras políticas.


Freio da dívida: Um obstáculo ao crescimento?

Um dos principais entraves apontados por economistas para a recuperação alemã é o "freio da dívida", uma regra constitucional que limita o déficit orçamentário a 0,35% do PIB. Criada em resposta à crise financeira de 2009, essa medida impede investimentos substanciais em infraestrutura e requalificação profissional, considerados essenciais para modernizar a economia do país. Em comparação, o déficit orçamentário dos Estados Unidos supera 6% do PIB.

A possibilidade de flexibilizar essa política está em debate, especialmente com a proximidade das eleições gerais. Friedrich Merz, líder do partido conservador CDU e favorito para assumir o governo, oficialmente defende a manutenção do freio da dívida, mas fontes internas indicam que ele reconhece a necessidade de reformas para viabilizar investimentos críticos em energia e defesa.


Impacto no setor industrial e na transição energética

A situação se agrava com o impacto negativo sobre a indústria. O encerramento das usinas nucleares alemãs em 2023 aumentou a dependência de eletricidade importada da França e elevou os custos energéticos para empresas e consumidores. Propostas para reabrir essas usinas estão sendo discutidas, enquanto grupos empresariais pedem uma abordagem mais pragmática em relação às metas de neutralidade de carbono.


O retrocesso na transição energética também é evidente. Empresas como a Thyssenkrupp tiveram planos de investimento em hidrogênio congelados devido à instabilidade política e ao corte de subsídios. Estima-se que a Alemanha precise de ao menos 600 bilhões de euros na próxima década para modernizar sua matriz energética e infraestrutura. No entanto, a austeridade fiscal limita os recursos disponíveis.


Desemprego e reconfiguração política

Em cidades como Gelsenkirchen, os efeitos da crise econômica são evidentes. A população caiu de 390 mil para 260 mil habitantes desde os anos 1960, acompanhando o declínio da indústria do carvão e do aço. Hoje, a cidade apresenta uma das menores rendas per capita da Alemanha e altos índices de pobreza infantil.


Ex-mineiros e trabalhadores industriais expressam insatisfação com a falta de perspectivas. Klaus Herzmanatus, aposentado precocemente devido ao fechamento de minas, critica a gestão política: "Somos uma nação industrial. Não podemos destruir nossa própria indústria".

Esse sentimento tem levado ao crescimento do apoio ao AfD, que conquistou 22% dos votos na cidade durante as eleições europeias de junho, seu melhor desempenho no país. O partido culpa o fechamento das usinas nucleares e os altos custos energéticos pela crise econômica, prometendo uma política mais voltada à manutenção da indústria tradicional.


O futuro da economia alemã

A projeção econômica para a Alemanha não é animadora. Especialistas preveem um terceiro ano consecutivo de retração em 2025, marcando o período mais longo de estagnação desde a Segunda Guerra Mundial. Economistas sugerem que o governo deve priorizar políticas que incentivem o crescimento de setores inovadores, digitalização e startups, mas as incertezas globais dificultam a implementação de tais medidas.

Para cidades como Gelsenkirchen, que já sofreram com o declínio industrial, o momento é decisivo. Enquanto parte da população se volta para soluções radicais, outros buscam respostas concretas para reverter o colapso econômico. No coração da Alemanha industrial, a esperança é que as reformas necessárias sejam finalmente colocadas em prática.


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Analista Luiz Gustavo Nunes – CNPI-T: 8958

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